ACONTECE
8 de abril de 2022
Contra maus tratos e abandono de animais, grupo de moradores se une em grupo de WhatsApp
Vizinhos com um mesmo ideal se conheceram em um grupo de WhatsApp de moradores do Panamby que trata de melhorias para o bairro. Eles se reconheceram por terem um interesse especial pela causa animal. “Como haviam muitas mensagens sobre animais, decidimos abrir um grupo específico para tratar da causa animal. Surgiu assim o SOS Panamby Bichos em novembro passado. Foi tudo muito rápido, em apenas três meses tivemos a oportunidade de aprender um pouco mais sobre as leis e direitos que protegem os animais da nossa cidade”, lembra Junia Cicivizzo Ferreira, moradora do Panamby há 23 anos. “Entrar em contato com esse conteúdo e ter por perto pessoas com o mesmo sentimento e interesse, nos fortalece e abre caminhos para que possamos nos organizar para lidar com a qualidade de vida dos animais”, diz.
Os participantes do grupo lidam com maus tratos e abandono, mas o objetivo é ir além de “apagar incêndios” (que inclui promover resgates, oferecer lar temporário, adoção, cuidados veterinários, castração, primeiros socorros, animais perdidos, alimentação e hidratação). “Queremos conscientizar as pessoas que animais não são objetos de consumo nem brinquedos, mas seres vivos que merecem nosso cuidado e respeito”, aponta Junia, completando que é nítido o aumento do número de animais abandonados no bairro, talvez em consequência das “adoções” que foram realizadas durante a pandemia. “É preciso compreender que adoções não são temporárias, e que quando ocorrem, é como se acolhêssemos um novo membro na família”, sustenta. Felizmente o bairro conta com monitoramento de câmeras, o que ajuda a identificar pessoas que abandonam os animais.
Nesses poucos meses de atuação, o grupo já teve a oportunidade de socorrer alguns animais. Um deles foi o Kadu, encontrado pela Julia Guerra ao chegar do trabalho na porta do seu prédio. “O porteiro me disse que o cachorro havia passado o dia todo deitado ali. Vi que ele estava com o pescoço muito machucado e com uma ferida gigante. Enviei fotos para o grupo de moradores do meu condomínio e começaram a descer com água, comida, casinha. Quando percebi, outros moradores estavam ali querendo ajudar de alguma maneira”, conta.
Kadu no momento da adoção: nova família.
Após os cuidados iniciais, Julia não sabia o que fazer com o cachorro. Foi então que a cuidadora de seus gatos, Priscilla Roessie, indicou a protetora Adriana, do Anjos da Ponte. “Adriana me disse para eu mesma leva-lo ao veterinário e para postar em minhas redes sociais que as pessoas se mobilizariam para ajudar. Percebi que a responsabilidade é de cada um de nós. Costumamos falar que não temos como levar um animal para casa, temos trabalho, filhos, outros animais. Mas os protetores estão em situação muito pior, ONGs e associações estão lotadas e são mais de 3 milhões de animais abandonados em São Paulo” diz.
Kadu foi internado para limpeza da ferida, se recuperou e foi adotado. Para Julia, a experiência mudou sua vida. “Fui adicionada ao SOS Bichos Panamby e tive muito suporte e ajuda de todos. Meu celular não parou mais de tocar e receber mensagens, de muita gente oferecendo ajuda. Nada melhor na vida do que sermos responsáveis por transformar outra vida. Isso não tem preço. Podemos salvar muitos animais ao invés de ficar só esperando alguém aparecer ali e resgatar o bichinho”, pondera Julia.
Junia acrescenta que existem inúmeras maneiras de contribuir para a causa animal, desde colocar uma tigelinha de água na calçada, até contribuir com trabalho especializado. Ajuda financeira, com medicamentos, alimentação, lar temporário, também são importantes.
Para fazer parte ou conhecer melhor o SOS Panamby Bichos: