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Fotos: Coordenadoria de Parques e Parcerias (CPP) da Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado de São Paulo (SIMA)


CIDADE

Um pomar para o Pinheiros

1 de dezembro de 2021

Em um momento em que tanto se fala da despoluição do Rio Pinheiros e do uso de suas margens como lazer, com a perspectiva de inauguração em 2022 do Parque Novo Rio Pinheiros, que será denominado Parque Bruno Covas, é preciso conhecer o Projeto Pomar, que desde 1999 vem transformando as margens do rio mas ainda é desconhecido de muitos paulistanos.

O Projeto Pomar surgiu visando a recuperação ambiental e paisagística das margens do Rio Pinheiros, para aproximar a cidade do rio e trazer vida àqueles espaços. O trabalho envolveu técnicos de diversos órgãos do Sistema Ambiental do Estado de São Paulo. A implantação de vegetação nativa teve início em um trecho piloto de aproximadamente um quilômetro de extensão na margem oeste do rio, de onde foram removidas dezenas de caminhões de entulho e adicionadas mais dezenas de caminhões de terra para a regularização do terreno. 

Segundo a Coordenadoria de Parques e Parcerias (CPP) da Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado de São Paulo (SIMA), este primeiro trecho permitiu aos técnicos estabelecer parâmetros, além de propor alternativas e soluções para os diversos obstáculos encontrados nos diferentes trechos do canal Pinheiros. A proposta de plantio respeitou a infraestrutura existente, o trânsito nas vias expressas, a busca por resgatar algumas características da vegetação original das margens e o uso de água do próprio Rio Pinheiros – tratada pelo sistema de flotação – para irrigação das mudas.

Após a implantação do trecho-piloto, mais de dez empresas com compromisso socioambiental tornaram-se parceiras e implantaram trechos de aproximadamente um quilômetro de extensão, ampliando o projeto inclusive para a margem leste do rio.  A equipe técnica do Pomar fornecia os projetos e o apoio técnico em campo. Já as empresas, a implantação e a manutenção das áreas verdes. O projeto recebeu novos parceiros e uma nova identidade visual em 2007, sendo denominado como é conhecido atualmente: projeto Pomar Urbano. Depois do processo de recuperação ambiental foi possível criar a ciclovia, tanto para contemplação como para ciclismo e corridas.

Espécies adequadas e retorno da fauna

Em um trabalho de pesquisa dos Institutos Geológico (IG), Botânico (IBt) e Florestal (IF), além da Cetesb, foram selecionadas mais de 250 espécies, priorizando árvores e palmeiras nativas para ocupar as margens revitalizadas. 

Para fins de paisagismo, foram usados forrações e arbustos (nativos ou não) que resistem à situação de pleno sol e muito vento e ainda atraem insetos e avifauna. 

Entre as espécies, destaca-se a palmeira Jerivá, nativa da região, símbolo do projeto e presente no antigo nome do Rio Pinheiros: Jerivativa ou a variante Jurubatuba, que significa palmeiral na língua indígena. Além dela, outras palmeiras estão presentes, como a imperial, que não é nativa, mas possui alto impacto paisagístico. Há ainda árvores frutíferas, como mangueiras, pitanga, cereja-do-rio-grande ou cereja do mato (Eugenia involucrata) e cambuci. Destacamos também as árvores mais conhecidas, como ipês, quaresmeiras, pau-brasil, manacás e patas-de-vaca, que dão cor e atraem os olhares para as margens do Pinheiros.  

A recomposição ambiental e paisagística, aliada à despoluição gradual das águas do rio, traz aos poucos o retorno da fauna. As árvores proporcionam abrigo, locais para repouso e alimentação para animais e pássaros, que começam a fazer parte do cenário urbano e também disseminam novas sementes. No Pomar, já foram avistadas mais de 50 espécies de aves, como gaviões, corujas, maritacas e garças, além das conhecidas capivaras, preás e lagartos.

 


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